ARTIGO – Preservação ambiental é regra na indústria química
*Por Carlos Barbeiro
O desenvolvimento sustentável é
prioridade para a indústria química, que alia a competitividade do negócio à
preservação ambiental e à responsabilidade social. Exemplo disso é a gestão de
resíduos líquidos praticada no Polo Petroquímico do Grande ABC, que emprega
água de reúso industrial - processada pela Aquapolo a partir do esgoto tratado
- com foco no uso consciente da água.
Ao adotar o reúso, as plantas
industriais deixam de consumir água potável nos processos produtivos, o que
beneficia diretamente a população com o aumento da oferta do recurso potável
para a Região Metropolitana de São Paulo, uma vez que o Polo recebe 650 litros/segundo
de água de reúso, volume que é equivale ao abastecimento de uma cidade com 500
mil habitantes.
Outro cuidado é com relação à
destinação adequada dos efluentes, realizada de três modos conforme determina a
legislação. A indústria tem o compromisso de sempre tratar os resíduos antes de
fazer a destinação, seja em rede de esgoto, curso d’ água quando não há rede de
esgoto disponível ou envio à estação de tratamento por meio de caminhões
tanque.
Quanto à gestão de resíduos
sólidos, o Polo Petroquímico encaminha os resíduos não perigosos para aterros
industriais, que são autorizados por órgão de controle, e também a empresas de
reciclagem de resíduos que os transformam em outros produtos, enquanto os
perigosos, aqueles que podem contaminar, são enviados para empresas
especializadas, autorizadas para o tratamento do material.
Hoje as empresas fazem o
tratamento de resíduos perigosos em fornos de coprocessamento, que tiram a
periculosidade a partir da queima, e os utilizam na fabricação de outros
produtos, como cimento. Trata-se de uma forma inteligente, apoiada pela
indústria química, de reduzir a disposição final dos resíduos.
Mas, antes de encaminharem os
resíduos, as plantas industriais também precisam solicitar a autorização de
órgão de controle, por meio de documentos que fornecem uma série de informações
sobre os resíduos, bem como sobre as empresas que receberão os produtos. Uma
vez por ano ainda fazem inventário de movimentação. As empresas devem enviar ao
órgão de controle quais, quanto e para onde foram destinados todos os resíduos
sólidos. Para comprovarem a transação, utilizam documentos como notas fiscais e
recibos conforme exigidos pelo órgão ambiental.
No caso da gestão de resíduos
gasosos, as empresas do Polo monitoram a todo tempo, dia a dia, hora a hora,
minuto a minuto, as chaminés, a fim de atender os valores estabelecidos por
órgão de controle, que se baseia em parâmetros de emissões recomendados pela
OMS (Organização Mundial da Saúde). Com estações próximas e visitas surpresas, o
órgão de controle faz constantemente o monitoramento.
O órgão de controle também
estabelece junto às empresas o PMEA (Programa de Monitoramento de Emissões
Atmosféricas). Periodicamente, as plantas contratam especialistas, que analisam
os gases em laboratórios e emitem relatórios para o órgão de controle. Todas as
análises precisam estar abaixo dos limites. Do contrário, há risco de multa.
No Polo, as plantas ainda passam
por auditorias em atendimento a normas internacionais - como a ISO 14000, de
gestão ambiental - e possuem licenças para plena operação, além de serem
fiscalizadas por órgãos competentes. Assim, assumem o compromisso de avançar na
adoção de medidas em gestão de resíduos industriais, visando reduzir os
efeitos.
Uma demonstração disto é a adoção
do Programa Atuação Responsável®, coordenado no Brasil pela Abiquim (Associação
Brasileira da Indústria Química), por parte das plantas do Polo Petroquímico,
uma vez que as empresas associadas desenvolvem melhorias contínuas em diversas
áreas, o que atesta alto grau de responsabilidade socioambiental.
*Carlos Barbeiro é consultor técnico do COFIP
ABC (Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC) e da Abiquim
(Associação Brasileira da Indústria Química)
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