Soltar balão é crime
*Por Valdemar Conti
É tempo de festas juninas e jogos
da Copa do Mundo, uma combinação que eleva o sinal de alerta no Polo
Petroquímico. Nesta época se torna mais comum a ação de grupos organizados que
soltam balões e expõem toda a população a enormes perigos. O cenário ainda
coincide com o clima mais seco, característico dessa época do ano, o que
facilita a propagação de incêndios florestais, que destroem a fauna e a flora.
Mantidos no ar por tochas acesas,
que possuem materiais com elevado e duradouro poder de queima, os balões podem
cair ainda em chamas sobre locais aleatórios, como o telhado de uma casa, e colocar
em risco a segurança de uma família, ao provocar incêndio de proporções
inimagináveis. O artefato ainda pode gerar riscos à aviação, como o impacto com
uma aeronave, que pode ocasionar um pouso de emergência.
Quanto maior a estrutura do balão,
cuja altura é de até 100 metros, maior a sua capacidade de transportar as
chamadas cangalhas, armações utilizadas para carregar bandeiras e esteiras,
além de fogos de artifício, que têm sido direcionados para baixo. Assim, quando
estouram durante o voo, os fogos também podem atingir locais sensíveis e
iniciar incêndios, independentemente de sua queda.
Por isso, as equipes de brigada
de emergência do Polo já intensificaram o monitoramento permanente do céu, com
foco na captura de balões que ofereçam riscos às instalações. O principal risco
externo às empresas é justamente a queda de balões, que possui indicador mensal,
desde 2001, controlado pelo Plano de Auxílio Mútuo Capuava (PAM Capuava), que
reúne empresas e órgãos públicos para atuação em emergências.
Os números têm apresentado uma
queda, mas não se pode tirar a atenção. Em 2014, ano de Copa do Mundo, 207
balões caíram nas dependências das empresas do Polo Petroquímico, contra 99 em 2015,
85 em 2016 e 82 em 2017. Parcialmente, no primeiro semestre deste ano, 39
balões já caíram ou foram abatidos no complexo industrial.
Quando um balão é avistado em
rota de queda na região do Polo, os brigadistas acionam um sistema interno de
comunicação para fazer o alerta e atuam com rapidez por vias internas bem
sinalizadas, que interligam as indústrias. Em viaturas equipadas com canhões,
que podem ser acoplados a qualquer linha da rede de hidrante, eles conseguem abater
o balão ainda no ar.
Desde o início de junho, o Comitê
de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (COFIP ABC) e o PAM Capuava também realizam
a campanha “Balões: Perigo e Crime”, cujo foco é conscientizar sobre os perigos
da soltura de balões. Além de distribuição de panfletos e realização de
palestras em escolas, com o apoio da Defesa Civil, há divulgação de vídeo
animado (https://youtu.be/j8DAIZAT05s)
nas redes sociais.
Não somente soltar balões é crime,
como também fabricar, vender e transportar, de acordo com a Lei de Crimes
Ambientais (lei federal nº 9.605/98), que prevê detenção de um a três anos e/ou
multa. Importante frisar que a população tem um importante papel na prevenção
de problemas causados pela ação criminosa: fazer denúncias anônimas ao Disque
Denúncia (181) ou à Polícia Militar (190). Faça a sua parte!
*Valdemar Conti é vice-coordenador do Plano de Auxílio Mútuo Capuava (PAM
Capuava) |