Muito além do tanque de combustível
*Por Carlos
Barbeiro
Quando se
fala em petróleo, a primeira palavra que vem à cabeça é combustível. Conhecido
como principal matéria-prima de produtos como gasolina e diesel, o petróleo vai
muito além do tanque do veículo e está mais presente no cotidiano do que se
imagina, servindo de base para a fabricação dos mais variados produtos,
inclusive de remédios – em especial os analgésicos e, curiosamente, os homeopáticos
– que utilizam derivados de petróleo como matérias-primas. E mais: quem
imaginaria que os alimentos também podem conter derivados deste óleo? São os corantes,
flavorizantes e conservantes.
Em linhas
gerais, o petróleo extraído das plataformas segue por oleodutos até as
refinarias, que o submetem a vários processos químicos. O petróleo refinado
segue para as petroquímicas, que são responsáveis por transformá-lo em matérias-primas,
como plásticos, borrachas e detergentes. Por fim, as indústrias químicas
utilizam as matérias-primas para a fabricação dos produtos finais.
Além da
larga utilização como fonte de energia, o
petróleo é utilizado por quase toda a indústria de transformação para dar
origem a uma diversidade de produtos. Sem a participação do petróleo, os
produtos cosméticos provavelmente não existiriam, porque cerca de 80% de sua composição
contém derivados de petróleo, como perfumes, ceras e óleos. Da mesma forma, os
produtos de higiene e limpeza dependem do petróleo para fabricação.
A
borracha sintética, também derivada do petróleo, é muitas vezes utilizada no
lugar do látex por oferecer maior resistência a mudanças de temperatura, presente
em produtos como calçados, artigos esportivos e pneus. Tecidos sintéticos como
náilon e poliéster, que geralmente possuem custos inferiores em relação aos
tecidos naturais, também são largamente utilizados em peças como roupas, cortinas
e carpetes.
Com tantas
aplicações, a data 29 de setembro, quando se comemora o Dia Mundial do Petróleo,
é de suma importância para o Polo do Grande ABC. Reconhecido como o berço da
indústria petroquímica do Brasil, o Polo foi inaugurado em 1972 e se tornou responsável
pelos primeiros processos de produção de derivados de petróleo e outros produtos
químicos que utilizam os derivados deste óleo como matérias-primas. As primeiras
iniciativas nacionais em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias também se
deram aqui.
Hoje as
tecnologias são muito diferentes, sobretudo, aquelas relacionadas às áreas de
segurança e preservação ambiental. A cada ano, as indústrias se aprimoram nos
processos para o alcance dos mais altos índices de segurança e a máxima redução
dos riscos de suas operações. Indicadores de desempenho em saúde, segurança e
meio ambiente demonstram a evolução do Polo Petroquímico rumo à
sustentabilidade social, ambiental e econômica.
Neste
complexo, o Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (COFIP ABC) atua
para o fortalecimento de uma agenda positiva que recoloque as indústrias no
caminho do crescimento sustentável. Assim, a vocação da entidade é gerar oportunidades
de sinergias entre as empresas, o poder público e a comunidade para unir forças
e criar as condições necessárias ao desenvolvimento da região, que tem o petróleo
como recurso altamente estratégico.
* Carlos Barbeiro é diretor do Comitê de Fomento
Industrial do Polo do Grande ABC (COFIP ABC)
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