ABC pode avançar com agendas colaborativas, dizem lideranças da indústria química
Mauá, maio
de 2017 – A
indústria tem potencial para retomar o desenvolvimento do ABC se houver melhores
interações entre os diversos atores do sistema produtivo e inovativo. Neste
contexto, as redes colaborativas são uma alternativa. Foi o que apontou o III Seminário Dia da Indústria,
realizado pelo Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (COFIP ABC). O
encontro, que marcou o Dia da Indústria e o terceiro ano de atuação do Comitê, reuniu
lideranças da indústria, universidade e poder público nesta quinta-feira (25),
em Santo André.
Na abertura, Claudemir Peres, presidente do COFIP ABC, disse que o
Polo Petroquímico possui todas as condições de contribuir cada vez mais de maneira
sustentável para o desenvolvimento da região.“O Polo tem capacidade de ampliação
dentro das próprias empresas e áreas de ampliação para novos negócios, além de
estar localizado no maior centro consumidor do Brasil, próximo ao Porto de
Santos e a uma excelente malha viária”, destacou.
A relevância da indústria química para a economia brasileira foi abordada
por Luiz Shizuo, gerente de Gestão Empresarial da Associação Brasileira da
Indústria Química (Abiquim). “Não existe um país forte sem que haja uma
indústria química forte porque esta alavanca todos os outros setores. Hoje somos
a oitava indústria química mundial, cujo faturamento representa US$ 280 bilhões
por ano”, lembrou.
Luiz Turco, deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar
da Química em São Paulo, apontou necessidade de ação conjunta entre Prefeitura,
Agência de Desenvolvimento Econômico e governo estadual para o avanço do Parque
Tecnológico de Santo André.“Uma das vocações da indústria no ABC é a química,
que terá papel estratégico, assim como universidades, indústrias e poder
público. Precisamos avançar na recuperação da economia da região”, disse.
Fábio
Palácio, secretário executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, disse que,
paralelamente ao parque, a entidade trabalha na constituição do Polo
Tecnológico do Grande ABC, que tem a indústria química como um dos pilares. “O
ABC é um grande
celeiro industrial, berço de pensadores, região com 2,7 milhões de habitantes e
quarto maior PIB do País. Temos um potencial riquíssimo e seremos cada vez
maiores se apostarmos firmemente nas potencialidades da região como a
grandiosidade da indústria química”, enumerou.
Ciomar Okabayachi, secretário de Desenvolvimento Econômico de Mauá,
destacou o papel do Polo Petroquímico para o desenvolvimento de políticas
públicas e o fortalecimento do comércio e da prestação de serviços. “Mesmo com
muitos desafios hoje, o setor demonstra que, por meio de sinergias, é possível
ser melhor e propiciar melhor qualidade de vida para todo o Estado”, disse.
Ailton Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e
Tecnologia de Santo André, disse que o município está preparado para ter o
parque tecnológico. “Estamos numa região que é polo de desenvolvimento
econômico e temos uma cadeia produtiva muito bem desenvolvida. Tenho certeza de
que o cenário aqui está pronto”, afirmou.
Na sequência, Francisco Ruiz, gerente executivo do COFIP ABC,
apresentou as principais realizações do Comitê no último ano de acordo com resultados
dos objetivos estratégicos da entidade, a exemplo da implantação do Conselho
Comunitário Consultivo, que visa estreitar o relacionamento com a comunidade do
entorno. “Começamos os trabalhos em 2015 com 30 profissionais e atualmente estamos
em 120 voluntários”, comparou. Na sequência, Ruiz fez reconhecimento público
dos grupos de trabalho do Comitê. Sidnei Anjos, diretor administrativo do Comitê de Fomento
Industrial do Polo de Rio Grande do Sul (COFIP RS), compartilhou as práticas de
gestão realizadas no Polo de Triunfo, como ações estratégicas junto aos
prestadores de serviços da cadeia produtiva para a formação e a qualificação de
recursos humanos, por meio do Sistema S. “O associativismo empresarial faz
diferença à sustentabilidade dos negócios e ao crescimento da região onde atua se
for entendida a complexidade da rede de cooperação”, declarou. Na parte de Educação, Anapatrícia Morales Vilha, diretora da
Agência de Inovação da Universidade Federal do ABC (UFABC), disse que a palavra
de ordem para a região é conectar os atores do sistema produtivo e inovativo para
reverter o atual momento, de modo a atrair investimentos e aumentar a
competitividade. “Temos no ABC atores importantes nos campos científico,
tecnológico e inovativo, mas há debilidades na interação, sobretudo, entre
universidades e empresas”, frisou. No encerramento houve celebração do acordo de cooperação entre o
COFIP ABC e a Escola SENAI de Mauá para melhor interação entre os cursos
ofertados e as demandas de formação profissional por parte do Polo. “Da mesma
forma que a indústria se aproxima da escola para apresentar as suas demandas, a
escola retribui com os profissionais”, ponderou Claudemir Peres, presidente do
Comitê. “Essa interação é fundamental para o avanço da inovação tecnológica no
País”, declarou Cláudia Britto, coordenadora pedagógica da Escola SENAI de
Mauá.
SOBRE O POLO INDUSTRIAL
O Polo do Grande ABC é formado por
diversas empresas que atuam na extensa cadeia produtiva do setor, incluindo
desde refinaria de petróleo até engarrafadoras de gás. Por ser uma indústria de
base, a petroquímica é considerada a primeira geração da indústria química e
elo inicial de diversos segmentos de mercado, como plástico, borracha, tintas e
vernizes, higiene e limpeza, entre outros.
Dentro desta cadeia, o Polo
Petroquímico tem grande influência no desenvolvimento econômico e social da
região, com geração de aproximadamente 10 mil empregos diretos e indiretos,
além de proporcionar um VAF (Valor Adicionado Fiscal) superior a R$ 2 bilhões
por ano aos municípios da região, segundo estudo realizado, em 2014, pela
consultoria especializada MaxiQuim.
SOBRE O COFIP ABC
O
COFIP ABC – Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC – é uma entidade
criada em 2015 com o propósito de gerar sinergia entre as indústrias, o poder
público e a comunidade, em prol do desenvolvimento sustentável da região do
Grande ABC/SP. A instituição representa suas associadas em áreas específicas,
ao promover ações positivas e identificar oportunidades por meio de grupos
técnicos. Atualmente o Comitê possui 10 empresas associadas: Air Liquide,
AkzoNobel, Aquapolo, Bandeirante Química, Braskem, Cabot, Chevron Oronite,
Oxiteno, quantiQ e Vitopel, e o Plano de Auxílio Mútuo – PAM Capuava – que é um departamento da instituição. Acesse www.cofipabc.com.br |